Santos, Santas e Veneráveis

15 de setembro – Solenidade de Nossa Senhora das Dores Madroeira da Família Servita

 

A devoção mariana na história da Ordem

Dois episódios ocorridos nos primórdios da Ordem nos mostram que os Servos e Servas de Maria, desde as origens, veneraram Santa Maria também a partir das dores que Ela sofreu como mãe de Jesus.

Para nós, a devoção a Nossa Senhora das Dores está ligada ao simbolismo de hábito preto e evoca um episódio importante dos primórdios da Ordem. Certa vez, São Filipe Benizi, estando a caminho com outro frade, encontrou-se com dois frades da Ordem dos Pregadores, que ficaram surpresos ao ver dois frades com um hábito desconhecido. Curiosos, perguntaram de onde vinham e a que Ordem pertencia o hábito que vestiam. Filipe respondeu-lhes: “Chamam-nos Servos da Virgem Gloriosa, de cuja viuvez trazemos o hábito”.

«A Virgem Maria revelou ao beato Pedro Mártir que os Sete Fundadores, ela os reservara para seu particular serviço e que lhes obtivera do Filho a graça de iniciar uma Ordem dedicada ao seu nome.Disse-lhe também que o hábito que eles usavam, a partir de então, deveriam usá-lo para sempre como sinal de humildade e da dor que ela havia suportado na paixão do Filho» (LO 52).

No início, a piedade mariana não privilegiava nenhum aspecto específico da vida de Maria, mas abrangia todo o seu mistério, fundado na Sagrada Escritura. A partir do século XVII, as coisas mudaram. No 3º centenário do decreto que proclamou Nossa Senhora das Dores Madroeira principal da Ordem, o prior geral, frei Hubert Moons, em carta, apontava fatos que no final do século XVII direcionaram a devoção mariana da Ordem para o culto a Nossa Senhora das Dores.

Nossa Senhora das Dores

Para nós SMR, a contemplação de Santa Maria se faz súplica para que continue a dirigir o seu olhar misericordioso sobre o mundo, e em nós se torne disponibilidade para sermos, como ela, presença de compaixão junto às infinitas cruzes dos nossos irmãos e irmãs.

 

Sete Santos fundadores da Família Servita

17 de fevereiro – Solenidade dos Sete Santos Fundadores

 

A Ordem dos frades Servos de Maria (OSM), também conhecidos como “Servitas”, foi fundada em Florença, Itália, no ano de 1233, por sete ricos comerciantes, pertencentes à classe média emergente.

Os Sete nutriam uma particular devoção a Nossa Senhora eram membros de uma confraria chamada Associação-mor de Santa Maria. A pertença ao mesmo ramo de negócios e à mesma classe social, e a comum devoção à Virgem Maria levaram nossos Sete Primeiros Pais a se unirem com laços de amizade.

Reuniram-se em comunidade numa casa abandonada na periferia da cidade, que mais tarde se chamaria “Santa Maria de Cafaggio”, onde está hoje o célebre Santuário da Santíssima Anunciada.

Nessa casa, viviam como se fossem “um só coração e uma só alma”, levando uma vida austera, dedicada à oração, à contemplação, à penitência, à mendicância e às obras de caridade em favor dos pobres e doentes.

A Virgem Maria era a grande inspiradora do novo grupo religioso que nascia. Por isso, assumiram o nome de “Servos de Santa Maria”.

O estilo de vida que adotaram logo despertou no povo admiração e respeito. Muitas pessoas acorriam à pequena casa de Cafaggio para vê-los, rezar com eles e pedir conselhos. Mas os Sete, desejando levar uma vida mais solitária e contemplativa, em 1245, fizeram mais um passo no seu caminho religioso e retiraram-se para o alto do Monte Senário, a 18 quilômetros da cidade. Lá construíram uma casa rústica para morar e um oratório dedicado a Santa Maria.

Monte Senário é ainda hoje o ponto de referência de todos os Servos e Servas de Maria espalhados pelo mundo. É lá que se encontram as relíquias dos Sete Santos Fundadores. E é para lá que frades, irmãs e leigos ligados à Ordem acorrem com frequência para transcorrer momentos de oração, reflexão e estudo, desejosos de colher na fonte original a linfa que nutre a genuína espiritualidade de nossa Ordem.

Os Sete Santos Fundadores, proclamados pela liturgia como “ministros da unidade e da paz”, foram canonizados juntos, como se fossem um só – exemplo único na história da Igreja – pelo papa Leão XIII, em 1888. O papa canonizou os Sete com os nomes de Bonfilho, Bonajunta, Maneto, Amadeu, Hugo, Sóstenes e Aleixo.

O grande testemunho que eles deram não foi como indivíduos, mas como grupo, como comunidade, onde eles viveram como se fossem “um só coração e uma só alma, voltados para Deus”, e como “ministros da unidade e da paz”.

Atualmente são agregadas à Ordem 20 Congregações femininas.

 

 

19 de Junho – Solenidade de Santa Juliana Falconieri

Juliana, natural de Florença, Itália, atraída pela santidade de vida dos primeiros frades Servos de Maria, consagrou-se a Deus, entregando-se à contemplação, à penitência e às obras de misericórdia. Fazia parte de um grupo de mulheres que, embora vivendo em suas casas, usavam o hábito das assim-chamadas “Manteladas” e viviam segundo o estilo de vida dos nossos primeiros frades. Entre elas, Juliana a tal ponto se destacou que a tradição passou a considerá-la como fundadora do ramo feminino da Ordem. Tinha grande devoção à Mãe do Senhor e amava particularmente a Eucaristia. Morreu por volta de 1341. Seu corpo é venerado em Florença, na basílica da Santíssima Anunciada. Foi proclamada santa por Clemente XII em 1737.

 

 

1º de dezembro – Venerável Madre M. Elisa Andreoli

Madre Maria Elisa Andreoli nasceu em 10 de julho de 1861 em Agugliaro (Vicenza), filha de Marco e Margherita Ferraretto. A longa jornada na busca da vontade de Deus a levou a Vidor (Treviso) em 1891, onde, juntamente com sua mãe Margherita e duas outras companheiras, M. Agnese Vimercati e M. Carmela Regonesi, fundou a Congregação das Servas de Maria Reparadoras.

Com as primeiras Irmãs, promoveu o conhecimento e o amor por Maria, Mãe de Jesus; respondeu às numerosas necessidades emergentes no campo educativo, caritativo e a muitos pedidos da Igreja na Itália. Animada pelo espírito missionário, enviou suas Irmãs para a Amazônia (Brasil) em 1921, tranquilizando-as com estas palavras: “Quanto mais distante vocês estão, mais eu penso em vocês e as mantenho perto do coração”. “Eu gostaria de fazer que Jesus Cristo seja amado por milhares de milhões de corações”!

Madre Elisa morreu santamente em 01 de dezembro de 1935 em Rovigo repetindo: «Jesus, Jesus, Jesus», selando assim o cumprimento de toda a sua vida dedicada a ele. Em 10 de dezembro de 2010, o papa Bento XVI, reconhecendo suas virtudes heróicas, declarou sua venerabilidade. O Processo de beatificação está em andamento.

 

 

 

 

Venerável Irmã Maria Dolores

 

A Venerável Serva de Deus Irmã Maria Dolores Inglese nasceu em Rovigo em 16 de dezembro de 1866. Foi batizada com os nomes de Libera Italia Maria; desde criança ela preferiu ser chamada apenas pelo nome de Maria. Fervorosa na vivência da vida cristã e devota de Nossa Senhora, em 1889 ingressou na União das Filhas de Maria na Catedral de Rovigo e tornou-se Responsável da mesma. Em 1º de novembro de 1892, entrou no Movimento de espiritualidade da Ordem Terceira dos Servos de Maria. Em 01 de maio de 1895, aconteceu o prodígio do movimento dos olhos da imagem de Nossa Senhora das Dores, colocada em veneração para os Terciários dos Servos de Maria na Igreja de São Miguel. Em fevereiro de 1899, Maria Inglese, mais tarde Irmã Dolores Inglese, entendeu claramente que Nossa Senhora das Dores a chamava para viver e propagar a reparação ao seu coração. Esta inspiração faz dela uma apóstola empreendedora, pois inicia e propaga, especialmente entre os leigos, a Pia obra Reparadora, hoje Associação Nossa Senhora das Dores, divulgando tal mensagem através do panfleto “Como Maria é bondosa!”.

Em 29 de dezembro de 1911 se une às Servas de Maria Reparadoras recebendo o nome de Irmã M. Dolores da Reparação. Em 1916, Irmã Maria Dolores iniciou o Periódico La Paginetta della Riparazione, atualmente intitulada “Reparação Mariana”.

Irmã Dolores morreu em 29 de dezembro de 1928.

Em 02 de abril de 2011, o Papa Bento XVI, reconhecendo suas virtudes heróicas, declarou sua venerabilidade. O Processo de beatificação está em andamento.

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