ROVIGO E A REPARAÇÃO
A alegria do Decreto obtido é quase ofuscada pelo processo contra Madre Elisa pelos maçons que, desde 1907, queriam expropriá-la da herança Oriani. Com a alternância de acontecimentos, o processo parecia encaminhado a uma derrota para a Fundadora com o temor de, sem possuir outras propriedades aqui, ser expulsa da casa Oriani e ter que deixar Ádria. A socorrê-la nesta triste situação, é o bispo Boggiani que lhe oferece o palácio Manfredini em Rovigo para noviciado e para as obras de caridade.
Depois de alguns meses da chegada das Servas de Maria Reparadoras em Rovigo, acontece o encontro de Madre Elisa com Maria Inglese, favorecido pelo mesmo bispo, que influencia sobre a espiritualidade da Congregação. Em 1899, Maria Inglese tinha promovido em Rovigo a Pia Obra reparadora em honra de Maria Santíssima como resposta ao prodigioso movimento dos olhos na imagem da Virgem Dolorosa. A Obra se difunde primeiro entre a Terceira Ordem dos Servos de Maria e as Filhas de Maria da cidade, em seguida, em várias partes da Itália e no exterior. Em dezembro de 1911, Maria Inglese ingressa entre as Servas de Maria. Madre Elisa assim recorda este fato: “Rovigo. Entra Maria Inglese, alma privilegiada de Nossa Senhora das Dores. Ela fundou e propagou a reparação a Nossa Senhora das Dores; agora, pela sua difusão, necessita de um centro. Nossa Senhora escolhe a nossa pequena Comunidade; os superiores eclesiásticos aprovam”.
O reconhecimento jurídico da inserção da Reparação na espiritualidade das Servas de Maria acontece com as Constituições aprovadas em 08 de dezembro de 1913, por dom Pellizzo, bispo de Pádua e Administrador apostólico da Diocese de Ádria, e a Congregação é denominada, oficialmente, “Servas de Maria Reparadoras”. Madre Elisa assume a reparação para que seja vivida por toda a Congregação como um dos elementos da própria identidade carismática, como dimensão orante, atitude existencial e empenho para difundi-la entre os leigos/as.
Alguns Priores gerais da Ordem dos Servos de Maria manifestaram apreciação pelo movimento da reparação. Em 1916, o Cardeal Lépicier, ao receber o primeiro exemplar de La Paginetta Della Riparazione (A pequena página da reparação) — hoje Revista Riparazione Mariana — se compraz pelo fato de que as queridas Irmãs Servas de Maria de Rovigo fizeram-se “promotoras de uma Obra tão santa e bela”. Frei M. Tabanelli, em 14 de agosto de 1922, concede os bens espirituais à Pia Obra. Frei M. Benetti, em 12 de fevereiro de 1943, afirma que a Reparação mariana é para ser considerada “patrimônio comum”, de toda a Família dos Servos de Maria. Frei Hubert M. Moons, em 12 de julho de 1994, concede os bens espirituais da Ordem à Obra Reparadora renovada com o título: Associação “Nossa Senhora das Dores”; Frei Angel M. Ruiz Garnica reconfirma que a reparação é “uma inspiração que abrange a Família Servita e fonte de vitalidade também para os leigos e leigas”.
Fonte: Livro Venerável Madre Maria Elisa Andreoli – Fundadora das Servas de Maria Reparadora – páginas 8 e 9