Quem é Madre Maria Elisa Andreoli
A vida de Madre Maria Elisa Andreoli (1861-1935) é um longo e aventurado êxodo de um lugar para outro, de uma opção a outra. É uma incessante peregrinação à busca e à realização da vontade de Deus até a fundação da Congregação das Servas de Maria Reparadoras. Este ponto de chegada trouxe para Elisa uma experiência de fé absoluta na divina Providência e de plena confiança nos próprios talentos, a fim de superar os mil obstáculos que continuamente surgiram para impedir o caminho: humilhações sem fim, perseguições por parte dos inimigos da Igreja, transferências forçadas, incompreensões, incerteza para o futuro das obras, extrema indigência de meios econômicos, saúde precária. Madre Elisa se coloca na vontade de Deus numa atitude exemplar de obediência na fé. Repetia sempre: “Se é obra de Deus, o Instituto viverá, não obstante as perseguições; mas, se não for obra de Deus, morra imediatamente. Deus não precisa de nós”.
A sua experiência parece desenvolver-se seguindo um fio de ouro – o da inspiração divina – que a conduz passo a passo no embaraçado labirinto dos acontecimentos humanos, para a realização da sua vocação de mulher culta, apostolicamente empenhada, com um carisma vocacional claro a fim de confirmar na Igreja e transmitir como herança preciosa às suas filhas espirituais.
Acompanhada e por muito tempo apoiada por uma mãe dedicada – mãe Margarida – Madre Elisa proporcionou o florescimento de vocações à vida consagrada, deu vida a obras de assistência e de educação, promoveu a missão no além mar, difundiu o Carisma de reparação mariana, soube acolher os apelos do seu tempo com respostas concretas e solícitas. Era mãe dedicada para todos aqueles e aquelas que tinham necessidade de ajuda e pelas suas filhas espirituais para as quais nutria afeto e ternura: as encorajava, confortava, orientava e expressava louvores por elas. Elisa sabia que a virtude louvada cresce e se expande. Pode-se reduzir a três, os componentes da sua espiritualidade: amor a Deus, devoção a Santa Maria, empenho de reparação.
Para ela, a virtude da caridade constituía o antídoto mais eficaz para o mal que contamina o coração humano. O amor a Jesus Eucarístico e a acolhida da graça eram para Elisa, fonte de santificação pessoal e de apostolado fecundo.
A piedade mariana – assimilada dos Servos de Maria – impregnava de ternura maternal toda a sua existência, composta de ação e de contemplação. Era uma piedade vivida na assimilação e na imitação das virtudes de Maria, a Dolorosa, a mulher forte do Magnificat, que por Madre Elisa era considerada a autêntica “Madre geral” da Congregação.
Enfim, nesta referência mariana, havia a particular modulação da reparação mariana, promovida também com o testemunho de outra sábia protagonista dos primórdios das Servas de Maria Reparadoras, Irmã Maria Dolores Inglese, que teria desejado “voar de cidade em cidade” para unir todos numa invisível, mas real corrente de louvor e de reparação à Mãe de misericórdia (Apresentação de Angelo Amato no livro A força da fragilidade, de Maria Rosária Del Gênio, Livraria Vaticana, 2008).
Foto: Venerável Maria Elisa Andreoli, fundadora das Servas de Maria Reparadoras.
Madre Elisa (à direita) e Madre Margarida em Vidor (Treviso), em 1905.
Fonte: Livro Venerável Madre Maria Elisa Andreoli – Fundadora das Servas de Maria Reparadora – pág. 2 e 3