





O Tríduo Pascal começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, na quinta-feira, segue acentuando o silêncio da morte celebrado na sexta-feira, tem seu centro na Vigília Pascal e encerra-se nas vésperas do domingo da Ressurreição. Esse tempo é o núcleo do ano litúrgico, pois acentua toda a vida doada de Jesus, até sua entrega na cruz, tendo como cume a sua ressurreição.
Na missa de quinta-feira à noite se faz memória da instituição da Eucaristia. Nessa missa, realiza-se também a cerimônia do Lava-pés, em que o celebrante recorda o gesto de Jesus, que lavou os pés dos seus apóstolos. Esse gesto procura transmitir a mensagem de que o cristãodeve ter a mesma atitude de seu Senhor.
Na sexta-feira, a Igreja não tem a celebração da Eucaristia, mas convida os cristãos e cristãs a contemplarem o crucificado, Cristo que morre na Cruz. O sofrimento em si mesmo, não é salvador e a cruz, sozinha, não é salvadora, pois a cruz, pela cruz, não passa de uma maldição.Salvadora é a vida de Jesus.A cruz não tem valor salvífico, considerada em si mesma, mas passa a ser salvadora por causa da vida de Jesus. É salvadora porque constitui o resumo e a radicalização máxima da entrega de Jesus, experimentada durante toda a sua vida.Na adoração da cruz, não é ela sozinha que devemos adorar: adoramos o imenso amor de Deus manifestado na entrega de Jesus. No amor e na obediência vividos até a morte de Cruz (Jo 15,13).
O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Não é uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é essa: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo. A Palavra de Deus se cala. Depois de seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?”Mt 27,46 – Ele cala no sepulcro.“Tudo está consumado!” (Jo 19,30).
Na espiritualidade Servita, da qual fazemos parte enquanto Congregação, no sábado pela manhã celebramos a “Solidão de Maria”. Essa celebração nos lembra que Nossa Senhora silencia com a comunidade, mas vela, enquanto Jesus está morto.O texto que se medita é Jo 19,25-27: Maria é a mãe dos/as discípulos/as, Mãe da Igreja.A espiritualidade SMR se atualiza, junto às dores da humanidade. Como discípulas de Cristo, como a Mãe Maria somos chamadas a estarmos aos pés das cruzes da humanidade.
Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte, sua descida à mansão dos mortos, esperando sua Ressurreição.
Sábado à noite celebra-se a noite da Vigília Pascal, onde se vive a vitória de Cristo sobre a morte: a morte foi vencida e a Igreja vibra e renova a sua fé, a sua esperança. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, sua passagem da morte para a vida.
Após a ressurreição, “quando amanhecia o primeiro dia da semana” (Mt 28,1), os primeiros cristãos começaram a reunir-se para celebrar a Eucaristia, o memorial da páscoa de Cristo. Essa memória continua viva em nossas comunidades que se reúnem ao redor do Ressuscitado.
A contemplação do Mistério pascal nos possibilitará colocar-nos numa dinâmica de discernimento contínuo. Sempre em busca dos sinais de Vida que brilham em um campo de morte e violência, fazendo que não desanimemos de lutar pela vida em todas suas expressões.
Ir. Valdete Guimarães, SMR
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