Gratidão, Papa Francisco!

Recebi a notícia da morte do Papa Francisco logo ao alvorecer, quando chegava em Teresina/PI, vindo de Codó/MA. Ao descer de uma van num ponto da cidade (são vários os transportes alternativos que fazem esse trajeto todos os dias, levando pessoas para as clínicas, hospitais e outras atividades em Teresina) me deparei com a mensagem de um amigo onde se estampava o título “Morre o Papa Francisco”. Emocionada e ainda incrédula, falei para o casal que também ali descia, com seus filhinhos: “o Papa morreu”! Com a simplicidade nordestina me disseram: “que dó, ele era tão bom”. Lembrei-me logo do que as primeiras comunidades testemunharam sobre Jesus: “Ele passou fazendo o bem” (cf. Mc 7,31-37; At 10,38). Sim, Francisco, discípulo bom e fiel do Senhor Ressuscitado, dedicou sua vida inteira à Igreja e nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, de modo particular em favor dos mais pobres e marginalizados.

Nosso desejo é que Francisco estivesse ainda entre nós e nos ajudasse a passar por esse tempo marcado pelos fundamentalismos, clericalismo, crise social e ecológica, e outros desafios gritantes. Sentíamo-nos mais seguros ao fazer teologia ao seu lado, pois, com sua lucidez jesuítica, mesmo escutando vozes contrárias, ele testemunhava que a Igreja deve caminhar em consonância com a proposta do Concílio Vaticano II, rumo às periferias da humanidade. De fato, Francisco abriu o diálogo eclesial e teológico nos proporcionando espaços de reflexão.

Gratidão, Francisco, por tudo e por tanto! Cabe-nos agora seguir seu legado. Oxalá não nos falte coragem e profecia.

Ir. Valdete Guimarães