Deus vos ajude a viver santamente para ter a lâmpada acesa na Sua vinda. (Madre M. Elisa Andreoli)
SERVAS DE MARIA REPARADORAS
Eis-me aqui, sou a Serva do Senhor (Lc 1,38)
As Servas de Maria Reparadoras chamadas a seguir Jesus Cristo…
A nossa vocação é uma das formas particular de vida cristã proposta pelo Evangelho a todos os discípulos de Jesus e encontra em santa Maria a mais perfeita realização. Esta vocação se configura no chamado a:
– conformar-se a Jesus Cristo no pensar, no sentir, no agir e no morrer- ressurgir;
– tornar-se ícone do Deus Trindade nas relações interpessoais, intereclesiais, internacionais: unidas e distintas com um só coração e uma só alma, como na primeira comunidade cristã;
– viver em coerência com o Evangelho na espera de «novos céus e de
uma terra nova» e na incessante invocação «Venha o teu Reino», «Vem, Senhor Jesus»;
– testemunhar, celebrar e proclamar na Igreja e com a Igreja a Boa Nova a todos os povos, para a edificação do Reino;
– fazer da vida uma ascese, uma arte, um exercício que habilita a amar até ao dom de si, porque Deus nos amou por primeiro.
A consciência do chamado conduz a fazer a experiência de Paulo: «Para mim, o viver é Cristo» (Fil 1,21.) « … O que era para mim lucro, eu o tive como perda, por causa de Cristo» (FiI 3,7).
A vocação cristã descrita acima – comum a cada discípulo do Senhor e a cada forma de vida no cristianismo – vem expressa nas nossas Constituições lá onde se fala de «esforço constante para conformar-se a Jesus Cristo que veio para servir e dar sua vida» por todos; lá onde se afirma que «nas nossas comunidades, evocando a Igreja dos tempos
apostólicos e à Regra de santo Agostinho, vivemos concordes e unânimes na oração, na escuta da palavra de Deus, no partir o pão eucarístico e o pão ganho com o nosso trabalho, em vigilante espera do Senhor que vem». Neste modo as Constituições prosseguem o chamado das Servas de Maria Reparadoras à raiz da única e comum chamada à vida cristã.
Uma equilibrada formação deve tornar visível este chamado à comum e única vocação cristã, vivida e testemunhada na Igreja, da qual a Virgem é mãe, imagem, modelo e membro sobreeminente. Nós somos, no âmbito eclesial, pessoas consagradas com uma marca peculiar, que nos foi transmitida por madre Elisa Andreoli, nossa fundadora, e pelas primeiras irmãs.
Inseridas na tradição da vida consagrada e da Ordem dos Servos de Maria
Desde o início da formação, a serva de Maria reparadora torna-se consciente de que a sua opção de viver na nossa Congregação, a coloca numa realidade de vida consagrada difundida na Igreja e presente em toda parte da terra.
Além disso, sabe que quando inicia a «missão de Cristo, a mulher demonstra por ele e pelo seu mistério uma especial sensibilidade que corresponde a uma característica da sua feminilidade» Também nós somos inseridas no número das mulheres que, na sucessão dos séculos, descobrem em Cristo novas possibilidades de realização de si e, como ele, tornam-se solidárias com a humanidade pobre e sofrida.
O nosso Instituto surge no final do século XIX em Vidor (Treviso – Itália), com as características próprias das Congregações femininas que surgiram naquele período. Elas se distinguem pela paixão em difundir e testemunhar a fé (também em terra de missão), pelo amor aos pobres e aos doentes, pela dedicação em educar as crianças e os jovens. Este se caracteriza, sobretudo, pelas intuições carismáticas de madre Elisa Andreoli, integradas pelos elementos próprios da Ordem dos Servos de Maria e da assunção da Obra da reparação mariana, nascida da fé e do
amor a Nossa Senhora das Dores de Maria Dolores Inglese.
No contexto sócio-eclesial do final do século XIX, madre Elisa Andreoli coloca-se sob a proteção de Nossa Senhora das Dores e, com as primeiras companheiras, inicia uma experiência de íntima comunhão e de doação total de si a Cristo e de serviço incondicional aos irmãos. Ela considera o Instituto uma obra de Deus e da Virgem e o quer solidamente ligado à espiritualidade dos Servos de Maria. A agregação à Ordem (1910) ratifica esta vontade, insere a Congregação na tradição servitana e considera «nosso» o patrimônio espiritual dos Servos, constituído pelos textos normativos, hagiográficos e Litúrgicos.
Hoje, somos na Igreja uma família religiosa que testemunha o Evangelho em comunhão fraterna, que se coloca a serviço de Deus e da humanidade, que se empenha a reparar o mal que o pecado trás à edificação do Reino, inspirando-se constantemente em Maria, Mãe e Serva do Senhor,
Na formação da serva de Maria reparadora, é fundamental orientar a pessoa a conformar-se com Cristo em uma vida casta, pobre e obediente, com a ajuda materna de Maria, aprendendo com ela o modo de segui-lo radicalmente, na espera vigilante da sua vinda.
A profissão perpétua mais que a conclusão de um caminho, é antes um novo ponto de partida para um itinerário humano-espiritual que a Irmã continua a percorrer enquanto vive, empenhando-se a conservar, a desenvolver e a renovar a identidade SMR. Para isso, cultiva uma formação integral, através de leituras, estudos comunitários, cursos. E quando a idade avança, o processo formativo continua, para que a Irmã, em nova forma, viva com intensidade sua vocação e a missão da Congregação.