





A característica da virtude de Madre Elisa, segundo padre Ambrosi, seu diretor espiritual, foi como que “quase envolvida no véu da modéstia em meio a um pequeno mundo de filhas muito afeiçoadas, que sem perceber foram atraídas pelo fascínio da sua bondade”. Afirma que nunca Madre Elisa havia pensado para o seu Instituto um desenvolvimento tão exuberante, mas “sempre se deixou guiar pelas circunstâncias, adorando nelas as disposições de Deus”. Considerava o Instituto não obra sua, mas de Deus. Padre Ambrosi descreve Madre Elisa como pessoa de porte simples, mas, na ocorrência de alguns fatos, firme, forte e genuína.
Mulher de fé. Pelos seus escritos emerge que o traço predominante da sua fisionomia espiritual é a total confiança na divina Providência por ela chamada “bondade de Deus”. Afirmava que “a verdadeira felicidade se encontra em fazer sempre a vontade de Deus, por quanto amarga que seja a sua natureza”. A aspiração do seu coração era: “Seja feita a vontade de Deus em tudo o que tenho. Todo o resto é vaidade”. E, porque considerava que a vontade de Deus é que todos sejam santos/as, acrescentava: “Quero fazer-me santa no modo que Jesus dispõe para mim”. Para ela, nada é mais importante do que amar a Deus sobre todas as coisas e nele cada homem e mulher, sobretudo, os pequenos e os mais pobres.
Seu lema era: “Só Deus eu procuro, Jesus Cristo amo, Maria Santíssima sirvo”. Para ela, o amor que não sabe sofrer não é amor, é necessário conformar-se a Cristo “Esposo”: “Ó esposa do Ecce Homo, se queres ser reconhecida como tal pelo Pai, deves corresponder a Jesus Cristo: amor por amor, sacrifício por sacrifício; sangue por sangue; vida por vida”. Ao exortar as suas Irmãs, repetia com frequência: “Coragem, amemos a nossa cruz” e, iluminada pela sabedoria da vida, acrescenta: “Em cada dor, há sempre uma graça escondida”. Fortalecida por estas convicções escrevia: “Sim, sim: Deus somente; Jesus Cristo e a sua Cruz; Nossa Senhora das Dores e as minhas muito amadas Irmãs”.
Discípula do Mestre divino segue o caminho que conduz ao calvário e estimula as Irmãs a fazer o mesmo, acolhendo de bom grado a cruz. Na espera do resultado do processo promovido pelos maçons, em pleno abandono ao Senhor, exclama: “Sim, Deus é justo, Deus é bom, Deus é misericordioso, Ele nos socorrerá”.
Considerava a humildade a virtude fundamental, da qual é gerada cada expressão de amor a Deus e ao próximo, visto que “sem humildade não pode existir outra virtude… A humildade é mãe da caridade… A humildade é a tenda onde Deus habita e conversa conosco”.
Outros traços da sua pessoa permanecem gravados no coração das suas Irmãs: a concretude e a adesão à vida, o carisma de mãe terna, atenciosa e forte, sempre presente na vida das suas filhas, especialmente das mais sofredoras, das mais distantes que ela amorosamente acompanha com a oração, orienta com a exortação, o conselho e grande afeto.
Fonte: Livro Venerável Madre Maria Elisa Andreoli – Fundadora das Servas de Maria Reparadora – páginas 18 e 19
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