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16 nov

16 de novembro – Dia dedicado a todos os Santos e Santas da Família Servita

A Ordem dos Servos de Maria celebra neste dia a festa de todos os filhos, irmãos e irmãs nossos, que em diferentes gêneros de vida consagrada ou laical, a exemplo dos nossos Primeiros Pais, seguiram a Cristo, inspirando-se em Maria, Nossa Senhora. Foram homens e mulheres que tiveram:

·         O Serviço como norma de vida;

·         A Fraternidade como ideal constantemente perseguido;

·         A Humildade e a misericórdia como virtudes características;

·         A amizade e beleza como valores eminentes.

A dedicação à Santa Mana, que acolhe o Verbo com o seu “sim”, a mulher traspassada pela dor junto à cruz, a Rainha da misericórdia, a gloriosa senhora, foi para eles uma dimensão essencial e um título de glória do seu compromisso. Irmão- e irmãs que viveram a mesma vocação e que, hoje, no céu, são nossos intercessores, amigos e modelos, e, ao mesmo tempo, testemunhas vivas do valor e da dignidade da nossa vocação de Servos e Servas de Maria.

 

HINOS DO OFÍCIO

DE TODOS OS SANTOS OSM

 

O Ofício próprio da festa dos Santos e Beatos da Ordem traz três hinos: p/ o Ofício das Leituras, baseado nas bem-aventuranças; p/ Laudes, um hino de louvor do antigo breviário OSM, curto e simples; e p/ Vésperas, onde frei David M. Turoldo se imagina presente ao lado dos santos no convento, na capela, na conversação fraterna, para significar que eles ainda continuam vivos em nossa vida.

Depois de uma introdução que situa o hino no contexto do sermão da montanha de Jesus (Mt 5, 1-12), o hino apresenta os santos da Ordem, definindo-os diante de Deus como “gáudio e coroa da vossa paixão” e sinal de que “vosso reino parece chegado”. Repete a seguir as oito bem-aventuranças, aplicando-as aos nossos santos, chamados de “felizes vós”.

 

Felizes vós, que sois pobres na alma,

pois sobre as coisas o amor colocastes:

príncipes sois de linhagem divina.

 

Disse Jesus: “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Lembramos nossos Sete Primeiros Pais que abandonaram suas famílias, seu próspero comércio e desfizeram-se de suas riquezas, distribuindo os bens aos pobres e às Igrejas, e indo morar pobremente numa casa abandonada da periferia urbana de Florença.

 

Felizes vós, que por ora chorais:

pois todo aquele que em pranto semeia,

cantando alegre haverá de ceifar.

 

Disse Jesus: “Felizes os que choram porque serão consolados”. Lembra São Peregrino que “todos os dias fazia o exame de consciência de suas ações, chorava as ofensas e erros que acreditava ter cometido e contava-os ao confessor com lágrimas nos olhos […] e castigava seu corpo em sinal de penitência”.

 

Felizes vós, desarmados e mansos:

vós sois a força divina invencível;

a vós será dada a posse da terra.

 

Disse Jesus: “Felizes os mansos, porque receberão a terra em herança”. Vejam a mansidão de São Filipe: quando maltratado pelos cidadãos de Forlì, não revidou às ofensas e pancadas, mas afastou-se humildemente. Esse gesto de mansidão motivou a conversão de Peregrino que foi ao seu encalço e lhe pediu perdão.

 

Felizes vós, que a justiça buscais

com fome e sede de graça e bondade:

a face da terra havereis de mudar.

 

Disse Jesus: ”Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”. Ter fome e sede de justiça significa buscar a santidade. Lembramos Santa Juliana da qual se diz que, aspirando à santidade, “frequentava a igreja dos Servos, em Cafaggio, e junto com os frades celebrava os ofícios litúrgicos e cantava os louvores de Maria”.

 

Felizes vós, que ao irmão perdoais

da mesma forma que Deus vos perdoa:

misericórdia no céu achareis.

 

Disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. Ter misericórdia significa “perdoar” e “praticar a caridade”. Lembramos São Filipe: quando Peregrino pediu-lhe perdão, logo o perdoou. Lembramos também o Beato Tiago que reformou o asilo contíguo ao convento para nele acolher peregrinos, pobres e doentes e acabou morto por sicários do bispo que queria apoderar-se do local. 

 

Outro santo da caridade foi o B. Joaquim de Sena. Diz sua legenda que “a tal ponto amou o próximo que, certa vez, ao procurar em vão consolar um epilético, pediu a Deus a doença dele caísse sobre si, a fim de trazer em seu corpo a marcas da paixão de Cristo. O doente ficou curado e Joaquim tornou-se epilético.

 

Felizes vós, que sois puros por dentro,

como em espelho, Deus Pai refletis:

em toda parte vereis o Senhor.

 

Disse Jesus: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”. Lembramos o beato Ubaldo, amigo íntimo de São Filipe, do qual se diz que “foi para todos exemplo de castidade e de bondade”; ou então a Beata Joana de Florença, da qual se diz que “consagrou-se a Nossa Senhora e tornou-se exemplo de vida casta e penitente”.

 

Exemplo de coração simples é também beata Cecília Eusepi, que viveu 18 anos apenas. Assim ela escreve: “Amar! Eis o paraíso de minha alma! Amar é uma necessidade do coração, mas este pobre coração precisa amar algo que seja digno do seu amor. Este objeto, este coração é Deus! Quanta pureza exige o amor!”

 

 

Felizes vós, promotores de paz,

rosto sereno e mãos limpas trazeis:

filhos de Deus vós sois verdadeiros.

 

Disse Jesus: “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”. Pro-motores da paz foram nossos Sete Primeiros Pais, definidos pela liturgia como “ministros da paz e da unidade”. Numa cidade dividida pelo ódio e pelas guerras entre guelfos e gibelinos, eles deram testemunho de que era possível viver em paz como irmãos.

 

Felizes vós que violência sofreis,

e vossa resposta é um gesto de paz:

assim se ama e assim vence a justiça.

E se por mim e por meu Evangelho,

vos insultarem e disserem de vós

toda maldade, calúnia e mentira;

quando sinédrios ou até sinagogas,

vos expulsarem e agirem convosco

como comigo…, felizes sois vós!

Disse Jesus: “Felizes sois vós quando vos injuriarem e perseguirem… Será grande a vossa recompensa”. Essas três estrofes nos lembram os mártires da Igreja, em particular a nossa mártir, a beata espanhola Maria GuadalupeRicart Olmos que, presa pelos algozes e interrogada, respondeu: “Sim, sou monja e, se tivesse que nascer mil vezes, voltaria  a sê-lo”. Por isso, foi assassinada e seu corpo trucidado.

 

A vós toda glória, ó Cristo Jesus:

na Santa Igreja mediante os eleitos

nos dais a graça de sempre esperar.

O hino termina afirmando que Cristo Jesus é glorificado nos seus “eleitos” (“vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”) e que os santos nos garantem a “graça” de nunca perder a esperança.

 

(Cf. Liturgia das Horas OSM)

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